A atividade reuniu mais de mil participantes de todo o Brasil, contou com a participação de técnicos da Secretaria de Previdência Social e abordou temas atuais e importantes como a guerra na Ucrânia
Reunindo gestores de Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS e os mais renomados especialistas em investimentos do Brasil, o 4º Congresso Brasileiro de Investimentos da Associação Brasileira de Instituições de Previdência Estaduais e Municipais – ABIPEM promoveu, no Centrosul, em Florianópolis, três dias de atividades de capacitação e aprimoramento para 1.048 gestores e técnicos de RPPS. Em paralelo ao evento, foi realizado o 11° Congresso Estadual ASSIMPASC.
O presidente da ABIPEM, João Carlos Figueiredo, destacou que o evento trouxe temas relevantes que devem ser adequados à nova realidade do mundo, como o impacto da guerra na Ucrânia na economia global, e como isso interfere na gestão dos regimes próprios em renda variável.
“Esse é o evento que abre o nosso ano de calendário, [..] e o primeiro evento nacional que possui essa grande característica em trazer informações necessárias para que os regimes próprios possam se adaptar, e para que as políticas de crescimento e a sua execução correspondam à nova realidade de regulamentação”, ressaltou.
Cenário de 2022 e os investimentos dos RPPS
A palestra de abertura teve como foco as perspectivas para o ano 2022 no mercado financeiro e os cenários de investimentos dos RPPS. Foi coordenada pelo Presidente da ASSIMPASC, Carlos Xavier Schramm, teve apresentação da Estrategista Chefe da Mag Investimentos, Patricia Pereira Braga, e do Presidente da AZ Quest, Walter Maciel Neto.
Durante a palestra, Patricia Pereira Braga evidenciou os efeitos recessivos da guerra na Ucrânia e o cenário financeiro diante do conflito. Ainda durante a apresentação, Patricia mencionou o panorama global de 2022, iniciando pelo mercado externo, os impactos do mercado de commodities sobre a inflação global e o panorama sobre o cenário brasileiro.
“O efeito nos investimentos do panorama global é doméstico. A gente não tem como separar mercado e investimento de um panorama macroeconômico. Então, a ideia foi mostrar o panorama econômico e como isso se relaciona com o investimento e com a carteira do investidor. […] Sobre o Brasil, passei um panorama em relação ao aumento da inflação e o aumento da Selic. Isso tudo dentro de um ano eleitoral costuma trazer muita volatilidade”, destacou.
ABIPEM e a Previdência Pública Brasileira
Ao longo do segundo dia de atividades, o Subsecretário dos Regimes Próprios de Previdência Social, Alex Albert Rodrigues, enfatizou o papel fundamental da ABIPEM para a previdência pública brasileira e a importância de promover eventos de capacitação de regimes previdenciários.
“É de suma importância um congresso de capacitação como este, principalmente dentro desse cenário que estamos vivendo no mundo, como a pandemia, a guerra e os conflitos políticos. […] A certificação para o futuro dos nossos Regimes Próprios vem coroar todos esses anos de evolução dos RPPS”, apontou.
Tratando do tema de investimentos e suas execuções, o Auditor Federal de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional e, atualmente, Coordenador de Investimentos da Subsecretaria dos Regimes Próprios, Luiz Gonzaga, apresentou duas palestras, ao longo da programação do evento, sobre a questão da política de investimentos e sua execução com a mudança das normas após a Resolução 4.963 e os empréstimos consignados aos segurados .
Gonzaga também mencionou sobre a importância do novo segmento de aplicação que surgiu com a nova Resolução: “Esta foi uma imposição constitucional colocada pela Emenda Constitucional 113/2019. A reforma da Previdência é a possibilidade de os RPPS aplicarem, dependendo do nível do projeto, cinco ou dez por cento para os seus segurados. Com isso, eles poderão se beneficiar dessa herança”, garantiu.
Workshop do Comprev
Realizado pela Secretaria de Previdência Social, em parceria com a Dataprev, a oficina do Novo Comprev ocorreu simultaneamente com o evento e abordou as atualizações do novo sistema de homologação de compensação previdenciária. Um dos palestrantes, o Diretor Previdenciário do Instituto de Previdência de Diadema e representante da Associação Brasileira de Previdência, Mário Pereira, relatou que o curso procurou incentivar o conhecimento e a prática do uso do regime próprio.
“O novo sistema proporcionou a cobrança dos regimes próprios entre os regimes próprios, coisa que não havia anteriormente. Esse novo sistema proporcionou agilidade na compensação previdenciária e na análise dos requerimentos, frente à cobrança do Comprev, que era uma coisa que a gente tinha grande dificuldade com o sistema antigo’, relatou.